quinta-feira, 14 de julho de 2016

Cardeal Christoph Schönborn e o convite explícito ao sacrilégio.


O arcebispo de Viena, entrevistado pelo Padre Spadaro, remove qualquer ilusão das “belas almas”:”Amoris Laetitia é “magistério”. E como! Ele ainda acrescenta: em “certos casos” quem está numa situação objetiva de pecado pode receber os sacramentos. E isso é chamado, gostem ou não,  passe livre para o sacrilégio.

 O argumento “astuto” com o qual as “belas almas” (vamos chamá-las assim, por delicadeza …) até agora tentaram justificar as declarações incríveis contidas na Amoris Laetitia eram as seguintes: A. L. não é magistério, é a “opinião” do Pontífice sobre a família.
Afirmação grotesca, é claro, e em todo caso contraditória, porque é muito estranho que um Papa possa ter uma “opinião” pessoal sobre argumentos de fé e doutrina. Temos então o caso singular de um Papa que em alguns casos pode ser o Doutor Jekyll e, em outros, Mr. Hyde [ndt: referência ao filme “O médico e o monstro“, . Quando ele sai em viagem, dá uma de Mr. Hyde, disparando tranquilamente afirmações heréticas por todos os lados.
De resto, cabe às “belas almas” resignarem-se. Algumas, por um mal entendido dever de ofício (“afinal, o chefe tem sempre razão”), outras por servilismo, outras ainda pela incapacidade congênita de raciocínio,  mas, no entanto, todos sem exceção tentando dar nó em goteira pra fazer do círculo um quadrado.

O jornal Corriere publicou um trecho da entrevista em que o cardeal Christoph Schönborn, Arcebispo de Viena, concedeu ao Padre Antonio Spadaro, diretor da revista dos jesuítas, Civilta Cattolica. Bem, o entrevistado, e é bom que seja lembrado (…), o qual foi de fato nomeado como o intérprete autêntico da  A. L. , já foi removendo imediatamente todas as ilusões. O que faz com que os argumentos dos caçadores de desculpas desmoronem desastrosamente:  

“É claro que este é um ato do Magistério! É uma exortação apostólica. É claro que aqui o Papa exerce o seu papel de pastor, mestre e doutor da fé, depois de ter-se beneficiado da consulta dos dois sínodos. Eu acho que, sem dúvida, deveríamos falar de um documento papal de alta qualidade, uma autêntica lição de doutrina sagrada, que nos reconduz à atualidade da Palavra de Deus. Amoris Laetitia é um ato de magistério que torna atual no tempo presente o ensinamento da Igreja”.
 

Mais claro do que isso…
 

Não tenho a pretensão de fazer aqui uma análise em profundidade da entrevista. No entanto, sinto que é apropriado concentrar-se em algumas palavras, porque elas nos mostram, com ousada clareza, como o relativismo passou agora a dominar uma certa “teologia”. Depois disso, é ótimo que A. L. seja, sem dúvida, um ato do Magistério. De “qual” magistério, é uma história bem diferente.
Parece ser útil ler com atenção a seguinte passagem:

Pergunta: O Papa afirma que “em certos casos”, quando se encontra diante de uma situação objetiva de pecado – mas sem ser subjetivamente culpado ou sem sê-lo inteiramente – é possível viver na graça de Deus. Existe uma ruptura com o que foi afirmado no passado?
Resposta: O Papa nos convida a não olhar apenas para as condições exteriores, que têm sua própria importância, mas a nos perguntarmos se temos sede do perdão misericordioso, a fim de melhor respondermos ao dinamismo da graça santificante. A passagem entre a regra geral e os “certos casos” não pode ser feita apenas considerando situações formais. Por conseguinte, é possível que, em certos casos, o que é uma situação objetiva de pecado possa receber a ajuda dos sacramentos. 
Eis aqui oficializadas as novas e interessantes categorias: a “situação objetiva do pecado”, em que, no entanto, não se pode ser “subjetivamente culpado”, ou sê-lo mas “não inteiramente.” Ao caos certamente não casual da pergunta, segue-se o caos, certamente não casual, da resposta.

E assim aprendemos que se pode estar em pecado, mas não estar, ou estar em pecado, mas não completamente em pecado, uma vez que se faça uma curiosa distinção entre a situação “objetiva ” e “subjetiva” de pecado. E quem é culpado, “sem sê-lo completamente”, o que deveria fazer? Um arrependimento, mas só percentual? De qualquer forma, em “certos casos” (quais? Não sabemos!) quem está numa situação objetiva de pecado (não se especifica se é subjetivamente culpado ou apenas parcialmente) pode receber “a ajuda dos sacramentos”.


Mas a única “ajuda” que o pecador pode receber não é a absolvição, precedida da confissão? E essa confissão envolve arrependimento sincero e o propósito de não continuar no pecado.
Não, aqui se fala  de “sacramentos”, no plural, e desde que há muito tempo se cogitava, perdão, debatiam, sobre a comunhão para divorciados novamente casados, aqui descobrimos que praticamente todos podem receber a comunhão, porque o caos aparente das situações “objetivas”,”subjetivas”, não é totalmente objetivo, em última análise inclui tudo e todos. A imprecisão de “certos casos”, obviamente, deixa a porta aberta para diferentes interpretações.

Resta, no entanto, o fato é incontestável, de que “quem come o pão e bebe o cálice do Senhor indignamente, come e bebe a própria condenação”. Mas, parece que isso não é mais motivo de preocupação. Evidentemente, a salvação eterna não entra mais nos interesses desta particular “neo-igreja” que expressa um novo magistério. Tanto é assim que, com as afirmações acima registradas, erga omnes, dá-se um passe livre para o sacrilégio.

E para fechar, eu me limito a sublinhar uma única coisa: essa bagunça (e o resto você pode ler no Corriere.it) não vem de um palhaço qualquer, na onda de estranhezas para-teológicas. Ela vem do Cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, indicado pela autoridade máxima(…) como o melhor intérprete da A. L.
É tudo tão terrivelmente claro. Deus nos salve.


Fonte:  http://www.riscossacristiana.it/il-cardinale-christoph-schonborn-e-lesplicito-invito-al-sacrilegio-di-paolo-deotto/

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